“Inspired by You" – Victor Guerra na primeira pessoa

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Projecto de Interiores | Tomás Ribeiro | Lisboa, Victor Guerra.Design Victor Guerra.Design Varandas
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Foi com entusiasmo que entrevistámos Victor Guerra, a cara por de trás da Victor Guerra Design a empresa de design de interiores e decoração em Lisboa.

Embarque nesta conversa e fique a saber mais sobre este profissional de renome tão presente no mercado português.

Há quanto tempo se envolve com decoração e como se interessou pela área?

Hoje acredito que o design de interiores sempre fez parte de mim, desde muito jovem. Lembro-me perfeitamente de adolescente andar sempre a mudar coisas no meu quarto. Nunca dei muita atenção, tanto que o meu percurso de estudos esteve ligado a comunicação e marketing. Só quando decidi ir viver para Genebra, no início dos anos 90 é que comecei a entrar mais neste universo. Foi uma surpresa da vida ter tido a oportunidade de trabalhar com pessoas que me eram próximas e que estavam ligadas a arquitetura e a arte. O lado criativo tomou posse. O desenhar à mão, o tocar e sentir os materiais, as cores, tomaram outra dimensão. Durante os estudos de design de interiores descobri um outro universo que me fascinou. A que muitos chamam de arquitetura efémera, e outros de cenografia. Criar conceitos sempre novos e diferentes para exposições, eventos, foi uma experiência bastante rica e exigente. Não existe espaço de manobra para correções ou alterações. Tudo tem que bater certo, pois existe um dia e uma hora em que tudo tem que estar bem e a funcionar. É sempre um processo muito rico e gratificante, mas que nem sempre é fácil.


Qual é a sua inspiração quando inicia um projeto?

A minha inspiração é sempre o cliente. Só depois vem o espaço e a sua localização. Não há dois clientes iguais. Cada pessoa tem a sua história e esse fator influencía cada projeto. 



Na sua opinião, quais são os aspetos mais importantes em relação a um projeto de decoração?

Eu creio que tudo começa com o elemento humano. Criar uma relação de confiança é primordial. Todos os aspetos são importantes, e não creio que haja um mais importante que outro. Terão que estar todos interligados. Se por exemplo, a luz não for boa, a textura de uma madeira ou de um tecido, não vai certamente ter o mesmo impacto. Um interior é um “trabalho de grupo”. Os vários componentes devem “comunicar” uns com os outros.


Qual é o seu processo criativo para construir um ambiente?

Eu nunca tive um método definido, ou fórmula. Cada projeto é um projeto. Como mencionei anteriormente, o elemento que desencadeia o processo é sempre o cliente. Como não existem dois clientes iguais, é sempre para mim um novo processo. É uma nova aventura. Eu acredito que a inspiração está em todo o lado, e pode vir de tudo o que nos rodeia, quer esteja ligado ao projeto ou não.


Qual a importância de um designer de interiores para as pessoas e empresas?

Eu acredito que não somos bons em tudo. Um dos meus professores disse-me um dia “… escolher um sofá qualquer um pode fazer, mas escolher osofá ideal para o espaço não é para todos… ” creio que esta frase resume bem a importância de um designer de interiores. Na minha filosofia, um designer de interiores, deve ser sempre a ponte entre o que o cliente idealiza e a realidade. É muito fácil nos dias de hoje chegarmos a certas redes sociais e ver imagens de interiores, e tentar fazer igual. O que se esquece, e que se descobre mais tarde, é que esse espaço de interiores que vemos numa imagem faz parte de um contexto, de um espaço, de uma personalidade, da vida do proprietário/a, de um clima, de uma localização geográfica, etc. 

Um designer de interiores é uma mais valia em todo e qualquer projeto. O trabalho de um designer de interiores é mais complexo do que se pensa. Visto do exterior, muitos pensam que é só “diversão” ou algo de ligeiro, mas não é o caso. Um bom designer de interiores tem sempre que fazer “malabarismos” entre vários fatores – o que o cliente idealizou, a realidade do espaço e claro, respeitando os orçamentos , a utilização futura do espaço, a funcionalidade, entre outros.


Qual é o maior desafio de se trabalhar na área de decoração de interiores?

Fazer escolhas. Saber ser neutro.

No mundo de hoje, todos os dias são lançados novos produtos, novos materiais, novas técnicas. É essencial estar-se atualizado do que se passa, pois, a evolução é muito rápida. Existem muitas coisas boas, mas também aparecem muitas coisas que são somente produtos de marketing e comunicação. São escolhas que nem sempre são fáceis de fazer, e para as fazer é preciso estar ao corrente do que se passa.

Saber ser neutro, porque creio que um designer de interiores deve “acompanhar” o cliente, mas não impôr os seus gostos pessoais. O projeto é também “nosso” durante um período de tempo, mas chega um momento em que deixa de ser, e é o cliente que terá que viver com ele (projeto). Quantas vezes o cliente nos diz, escolha o Victor, o que me leva sempre aquela resposta “… eu posso sugerir, mas a escolha tem que ser sua… ”.

Isto é uma opinião muito pessoal. Muitos não trabalham assim. Quantas vezes o cliente nos diz, eu vi isto assim e gostava de isto também para mim. O desafio é pegar na ideia do cliente e dar-lhe uma outra leitura que corresponda ao espaço e sobretudo ao cliente. Na maior parte das vezes a reação do cliente depois, é de ficar mais satisfeito “… gosto mais assim… ”. É esta a nossa mais valia.


Em relação à situação que assola o mundo com o covid-19, como tem desenvolvido o seu trabalho e qual será a sua influência no design de espaços comerciais?

Temos estado a adaptarmo-nos a novos processos e a novas rotinas. Nem sempre tem sido fácil, porque esta área envolve muitas outras áreas, e basta haver contratempos numa delas para influenciar as outras. Creio que o mais difícil de gerir tem sido o medo. Quando falamos de interior, temos em conta tecidos, texturas, cores, papéis de parede, entre muitos outros. Neste contexto, o cliente gosta sempre de ver, tocar, ações que não se conseguem através de reuniões de trabalho através de um ecrã, o que nos leva a encontrar soluções para se poder avançar.

Creio que ainda é cedo para abordar este assunto de como a COVID19 vai influenciar estas duas áreas. Creio que não será só estas duas que serão afetadas. Mesmo o residencial será afetado. Li recentemente dois artigos de arquitetos de renome internacional sobre este assunto, e o impacto. Questões como o open space no residencial, questões como escolher entre apartamento ou vivenda/casa para evitar os espaços comuns, questões sobre a utilização de espaços comuns e as suas dimensões ou circulação em prédios.

Creio que haverá diversas opiniões, e que irão ver a arquitetura e o design de interiores de outra maneira.



Quais os seus planos futuros?

Neste momento não faço. Creio que neste momento é essencial viver/adaptarmo-nos a uma nova realidade. O homem sempre conseguiu adaptar-se a novas situações, mesmo que possa demorar. Creio que o importante é continuarmos positivos e saber ser versátil – saber evoluir nesta nova realidade. Um dia de cada vez e um passo de cada vez.

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