Planificar cidades para que as mesmas sejam mais apelativas e confortáveis aos moradores é cada vez mais um assunto a ser discutido e posto em prática. Aveiro é a cidade de hoje! Conhecida pelos seus belos canais de água, pelos barcos moliceiros e pelo bom astral dos habitantes locais, Aveiro ganhou mais cor com Ânia Abrantes.
AGA é o gabinete de consultoria, arquitectura, reabilitação, interiores e design cerâmico de Ânia Gabriel Abrantes, uma jovem arquitecta cheia de talento que tem vindo a dar cartas pelos projectos que tem realizado e muitos deles na cidade de Aveiro. Foi a vencedora de um concurso que tinha como objectivo dar vida e cor a um túnel no centro da cidade. O túnel do Barreiro, como é apelidado, será o assunto do artigo de hoje.
Se espreitar as imagens vai ficar de certeza com curiosidade em saber mais sobre o mesmo..venha daí!
Créditos fotográficos: Diogo Ramos Moreira
A passagem/túnel localiza-se sob a linha de caminho de ferro e é uma ligação entre uma área da cidade dominada pela presença da ria e uma outra área da cidade dominada pela presença de um extenso espaço verde. Seria portanto, este túnel um principio de ligação de uma passagem entre dois locais: entre a água e o jardim!
Antes da intervenção o túnel era pouco confortável e não convidava à passagem pedonal ou de bicicleta. Era escuro e estava completamente vandalizado, necessitava mesmo de uma ideia boa que o enquadrasse na cidade ao mesmo tempo que alegrasse a zona. Uma intervenção estética que contribuísse para a humanização deste espaço, trazendo cor, luminosidade e adequação da escala a este espaço público.
O princípio do projecto baseou-se no revestimento cerâmico das paredes!
A proposta propõe uma sensação ilusória de movimento, um certo cinetismo vibrante. A composição gráfica nasce do circulo como figura geométrica principal, variando de dimensão dentro do quadrado que é o próprio azulejo. É um jogo de formas exponenciado pelo uso de 3 cores: azul, branco e verde. O gradiente das cores retrata a ligação do túnel entre as duas áreas, dando jus ao seu nome: da água ao jardim.
Visto o tempo de visualização do mesmo ser sempre reduzido e de passagem, as cores e o desenho que parece mexer e ter vida, não podia ter sido projectado de melhor maneira – um gesto de ligação e de movimento.
Nesta perspectiva percebemos como o a zona relvada é agradavelmente acompanhada pelo painel de azulejos verdes num jogo estampado e cheio de movimento. Começa por uma zona bastante compacta desta mesma cor até chegar à cor azul, na ponta oposta.
Do lado oposto temos a ria, a zona conhecida da Fonte Nova, onde o espaço se caracteriza pela presença de canais e por uma zona mais ampla onde é possível relaxar e apreciar os passeios nos barcos turísticos da cidade.
Na foto seguinte e ficará a perceber um pouco mais sobre a composição dos mesmos. Um total de 21 desenhos diferentes de cada cor, ou seja, 63 desenhos de azulejos estudados individualmente encarados como um todo.
O painel construído com revestimento cerâmico é da marca Revigrés e a dimensão total das duas paredes é de 520 m2, num total de 19.125 peças cerâmicas de 16,5 x 16,5cm.