Quinta do Vallado em Foz Côa | Casa do Rio: um refúgio idílico nas margens do Douro

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Nas margens do Douro nascem vinhedos. Nas margens do Douro nascem laranjais. Nas margens do Douro nascem poemas e nascem histórias. Como os de Torga, como as de Alves Redol. Nas margens do Douro nasceu também a Casa do Rio, uma extensão do Wine Hotel da Quinta do Vallado que tem apenas seis quartos e desfruta de uma localização privilegiada, num terreno com socalcos, entre as vinhas e o rio Douro. 

A Quinta do Vallado, na década passada, expandiu a área de vinhas próprias. Para o efeito, escolheu-se o Douro Superior, aquele que pareceu, aos donos, o local mais favorável. Foi, assim, comprada a Quinta do Orgal, em Castelo Melhor, Vila Nova de Foz Côa, onde se iniciou a plantação de vinhas. A beleza e o silêncio do local, que não deixava quem quer que lá fosse indiferente, mereciam ser partilhadas, pelo que os donos decidiram criar aqui, e para nossa felicidade, uma extensão do Wine Hotel. 

Ora, tratando-se do Douro cuja paisagem foi, em 2001, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade, outra coisa não faria sentido que não uma construção amiga da natureza. O edifício ergueu-se totalmente em madeira e surge como que suspenso—tendo assim um impacto mínimo no solo—sobre uma linha de água onde ainda existe um antigo pomar de laranjeiras. O projecto foi levado a cabo pelo arquitecto Francisco Vieira de Campos e consiste em 15 módulos que dão forma a um contentor que oferece conforto, beleza e funcionalidade. A obra é da autoria da Rusticasa

Curioso? Vamos ver mais.

Enquadramento cénico

Como descortinámos na introdução, houve uma preocupação ecológica inerente ao projecto que devia conservar e preservar os processos naturais e biológicos essenciais aos ecossistemas. A Casa do Rio, com 505 m², devia integrar-se na paisagem e não impôr-se nela. Às regras, fá-las o Douro. E assim foi. A colina socalcada acomoda a casa de apenas um piso que é baixa e se prolonga na horizontal. O edifício está em pleno diálogo com o entorno, mas a luz âmbar que dele emana delata-o. 

Vale saber que, na Casa do Rio, os hóspedes se podem dedicar a uma panóplia de actividades. O agro-turismo organiza passeios de barco, podem-se alugar bicicletas, fazer trekking, participar em aulas de show cooking, ir à pesca, fazer piqueniques, mergulhar na piscina de borda infinita e repor energias no spa

Preocupações sustentáveis

O hotel aparece apoiado apenas em dois pontos, o que assevera um impacto mínimo sobre o solo. É quase como se a bela Casa do Rio se tivesse sentado à margem do Douro, mas só depois de lhe pedir por favor. O Douro é assim. Terno, mas imponente. Senhor dele próprio. 

O equipamento para agro-turismo nasce de um sistema modular. Tem 15 módulos—com uma dimensão de 6.60m x 3.30m—a conformar um contentor que inclui, para além dos espaços interiores, exteriores em forma de varandas e de alpendres corridos que asseguram os acessos e a mobilidade, assim como a protecção contra as intempéries e raios solares. 

Abertura para a natureza

Mas do Douro, aquele que é terno, mas sobranceiro, não conseguimos desviar o olhar. A casa abre-se para o vale numa estreita relação com a natureza e com a paisagem serena. Os quartos estão apartados por paredes divisórias que salvaguardam a privacidade dos hóspedes. 

Já se imaginou a acordar para este cenário repousante que, de tão belo, nos parece impossível de assimilar em pleno? Torga definiu-o como um poema geológico. Nós concordamos.

O alpendre para os pequenos-almoços

E é neste delicioso alpendre com vista panorâmica que se serve o pequeno-almoço. Para além das mesas em madeira ladeadas por cadeiras em tela, há ainda algumas poltronas de pele para se usufruir da vista com todo o conforto. A madeira foi usada expressivamente nesta casa e, agora que vemos uma imagem aproximada, conseguimo-nos aperceber dos pormenores, das cores e das texturas que emprestam calor ao espaço. A carpete em tons de vermelho remata a decoração despojada com laivos boémios. 

O céu na Terra

Neste hotel, há piscinas e tanques que convidam ao banho e há ainda a possibilidade de se praticar desportos no rio. A piscina é uma das protagonistas. Tem borda infinita e, como tal, mescla-se com o entorno verde e com o próprio rio que está a cerca de 100 metros. Sobre o deck, um conjunto de espreguiçadeiras e de cadeiras apelam ao descanso e ao desfrute deste sítio que se desenha em jeito de postal.

Piscina infinita

A partir desta perspectiva, conseguirá perceber melhor o que lhe dizíamos. A piscina confunde-se com a paisagem e a paisagem, de tão bonita, confunde-nos. 

Um espaço comum muito acolhedor

Prosseguimos para o interior, designadamente para a zona social e partilhada da Casa do Rio. O espaço é intimista, acolhedor e familiar. Tem vários sofás e poltronas em pele que se dispõem em torno de mesas de centro pejadas de livros, de revistas e até de tabuleiros de xadrez. A lareira suspensa aquece o ambiente nas noites mais frias e é uma peça de design interessante que enriquece a sala do ponto de vista estética. As paredes foram pintadas de branco, cor que torna a área mais luminosa e permite o contraste dos móveis. Ao lado, criou-se uma garrafeira só para vinhos da região. 

Noites quentinhas

Com as chamas a dançar na lareira e as janelas abertas para também o Douro fazer parte do serão: assim é o espaço social da Casa do Rio ao cair da noite. A ideia de contemplação e da vida a desenrolar-se com lentidão é transversal a todo o projecto.

Quartos românticos

Chegamos, enfim, aos quartos que seguem o estilo decorativo da zona comum do hotel. Para além dos seis quartos, estão ainda a ser construídas mais duas suítes. Os quartos têm aquecimento central, uma zona de leitura e uma lareira suspensa, desta vez mais pequena e proporcional à dimensão da divisão. As paredes de madeira foram pintadas de branco, a mesma cor dos têxteis das confortáveis camas de casal. A atmosfera é romântica e as generosas superfícies envidraçadas integram este ambiente com o deslumbrante exterior. 

Decoração retro

O estilo retro define a linguagem decorativa dos quartos que incluem peças da ceramista Júlia Ramalho. As paredes foram vestidas com fotografias a preto e branco do rio Douro.

E aqui nos despedimos. Apenas do hotel. O Douro é para sempre. 

*

Nota:

- O Wine Hotel na Quinta do Vallado e a Casa do Rio encontram-se em localizações distintas separadas por cerca de 100km. 

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