Quando digo espantosa, refiro-me a algo admirável, estupendo, excelente, formidável, magnífico, maravilhoso, sublime .. sim, todos estes adjectivos estão presentes no projecto de hoje e facilmente os conseguirá descobrir ao longo das imagens seguintes.
Enche-me de orgulho profissionais portugueses fazerem e projectarem edifícios de tanto valor arquitectónico e estético. Claro que é tudo uma questão de gosto pessoal e cada um tem o seu sonho, o seu desejo e alteraria isto aqui e aquilo ali. Mas para quem me lê, fica já a saber que esta é uma das casas que está bem presente nos meus sonhos. Até lá, vou sonhando acordada e deambulando por fotografias que me inspiram e a homify, claro, está cheínha delas.
A moradia de hoje é da autoria do Estúdio Urbano Arquitectos o qual é responsável pelo projecto de tipologia T4 + 1 inserido no condomínio da Quinta da Beloura I, gozando de uma localização privilegiada junto ao campo de golfe.
Fotografia – o já nosso conhecido, João Morgado
A área do terreno, a configuração e a orientação do mesmo permitiu dar grande privacidade à casa afastando-a da rua de acesso e de olhares mais curiosos. É cercada por árvores/arbustos altos que escondem e não fazem imaginar o que se encontra para lá do pouco da fachada que é perceptível do lado de fora do número 44.
Quando se entra pela porta de rua, esta é a vista que se tem num 1º contacto. A área de construção é de 796 m2 e encontra-se inserida num terreno de 1877 m2. O volume mais alto é o que marca a entrada principal da casa e no interior o pé direito é duplo.
Os espaços exteriores foram neste projecto fundamentais para definir os limites dos vários espaços e volumes da casa, sendo que foi dado destaque à entrada através da utilização de materiais como o aço corten e ripado de madeira.
A casa lembra-me as construções de lego pois é composta por diversos volumes, onde através dos mesmos se consegue separar as áreas sociais das privadas.
É ao nível do terreno (térreo) que a habitação através dos seus grandes vãos em vidro, se abre para o exterior, dando particular ênfase à zona de deck e à área da piscina. Os espaços privados da casa viram-se para o lado interior, mais precisamente para a zona da piscina.
No volume mais alto é onde a suite principal se localiza e é privilegiada com as melhores vistas para os campos de golfe vizinhos, transformando o andar no espaço mais privado da casa e o de melhores vistas.
É compreensível que se perca a olhar para as fotografias, que goste, mas que não saiba explicar correctamente porquê. Eu explico-lhe: quando algo é feito com amor e muita dedicação o projecto nasce com brilho especial e os detalhes e pormenores que são aplicado aqui e ali, são lidos com um todo e nem sempre os separamos do conjunto, da estrutura total.
Os pormenores devem ser pensados desde inicio e não serem aplicados à posteriori.
Também na zona da piscina a mistura de materiais, o modo como são aplicados, as diferenças de escalas e de afastamentos tornam tudo belo. Mais uma vez, são os pormenores que pensados em exaustão criam imagem perfeitas como esta. Adoro a pastilha num azul entre o petróleo e o indigo em contraste com as ripas do deck, do verde vivo da relva acabada de cortar e do branco da pedra.
De enaltecer também obra de João Morgado, o fotografo profissional. Saber enquadrar e tirar o maior partido dos ângulos é só para quem sabe e o João, claramente sabe.
À medida que percorremos a casa, os espaços sociais fundem-se e sucedem-se com variações de alturas quer nos tectos, quer nos pavimentos. É neste ambiente amplo e desafogado que somos recebidos quando entramos nos interiores. O pé direito é duplo e a sensação que queria é de uma amplitude enorme. Também a cor, claro, é uma das razões principais para esta sensibilidade a um ambiente puro, calmo e sereno.
Os caixilhos negros das janelas destacam-se e criam um grande contraste com o restante espaço. O pavimento é num tom muito sóbrio e muito próximo de branco sujo, todo em pedra (creme marfil).
Wow.. a cozinha é puro amor! Agrada-me principalmente a zona em madeira limitando a zona de trabalho e o restante no mesmo material, pedra creme de marfil que falei anteriormente. Uma grande parede branca esconde arrumação interna e outra preta esconde além de arrumação também todos os electrodomésticos necessários para uma cozinha completa e funcional.
A ilha central ajuda e apoia na preparação de refeições. A luminosidade deve-se além da artificial colocada em fotos embutidos no tecto, à janela do lado oposto à parede branca que deixa entrar luz natural.
A luz natural está presente em todas as divisões da casa e essa é uma características que mais aprecio. Já tive oportunidade de tomar banho a olhar para o céu e digo-vos que a sensação é espantosa. Um autentico momento de relaxe, um momento só nosso. Assim sendo, o Estúdio Urbano valorizou esse atributo e repetiu-o ao expoente máximo.
Tudo branco, onde apenas a superfície em espelho e a de vidro sobressaem no espaço.
Com mais calma poderá ainda escolher a banheira assente sobre piso de madeira. A vista é para o exterior mas está resguardada com ripas verticais de madeira. A parede de fundo preta dá-lhe um ar bastante moderno e contemporâneo e assim termino mais um artigo! Poderá ver todas as fotografias desde mesmo projecto, aqui!