De ruínas pombalinas a apartamento de sonho

Mariana Caldeira Mariana Caldeira
Casa Pombalina: "de velho a novo".​, Obrasdecor Obrasdecor Corredores, halls e escadas rústicos Madeira Acabamento em madeira
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As cidades europeias são constituídas por sete séculos de história. Inicialmente formadas durante a Idade Média, cresceram de forma orgânica, acumulando, com o passar dos anos, vestígios arquitectónicos dos diferentes períodos. É por isso que viver nestes centros urbanos significa muitas vezes, viver em apartamentos antigos que, apesar do seu inegável charme, se encontram muitas vezes degradados e desatualizados.

Hoje a homify 360º apresenta-lhe um apartamento construído no final do século XVIII, intervencionado através de um projeto que se desenvolveu desde a fase de reabilitação e recuperação ao design detalhado dos seus interiores. Um projeto completo e capaz de transformar um conjunto de ruínas numa habitação super sofisticada na capital.

A equipa responsável pela intervenção é liderada por Alexandra Costa Pecegueiro e Maria José Veríssimo, ambas especializadas na área da arquitetura e design de interiores. Apesar dos seus vários anos de experiência, ligados a todo o tipo de projetos, o que tem marcado a prática desenvolvida por este atelier tem sido o seu trabalho multidisciplinar, garantindo o rigor e qualidade em todas as fases de qualquer projeto.

Contexto

Situada entre a malha ortogonal da baixa pombalina, junto ao Carmo, o apartamento é envolvido por uma das zonas mais emblemáticas da cidade de Lisboa graças à sua história, localização e arquitetura. Apesar do imóvel se encontrar visivelmente degradado, o espaço apresentava uma série de características, típicas do seu período histórico, que interessavam preservar.

Arquitetura

Dadas as condições do lugar, o apartamento foi alvo de grandes obras de remodelação que permitiram resolver alguns problemas estruturais e integrar novos acabamentos. Embora do comportamento espacial da habitação se ter mantido praticamente inalterado, a forma como se desenharam os novos revestimentos e os detalhes construtivos permitiu criar um novo entendimento mais fluído, e consequentemente mais moderno, do espaço.

Cozinha

Tal como acontece na maioria das recuperações desta época, a cozinha foi um dos espaços mais intervencionados. Além de se terem selecionado novos eletrodomésticos, foram escolhidos novos pavimentos, mobílias e materiais para acompanhar a divisão. A predominância do branco, tanto nas paredes como nos novos armários, é equilibrada pelo chão em pedra que lhe confere um ar mais tradicional. A luminosidade do espaço, garantida pela entrada de luz natural e pela multiplicação proporcionada pelo branco, é contraposta por tons e texturas mais orgânicas dos materiais naturais.

Sala

Nas zonas mais sociais da casa foi possível incorporar alguns elementos do caráter original da habitação. Os azulejos recuperados do projeto do século XVII serviram de inspiração à nova atmosfera do espaço que, combinando peças históricas com a simplicidade da reabilitação, garantiram a harmonia ideal. Enquanto o azul e os detalhes do desenho dos azulejos se repetem nos objetos e mobílias escolhidas, a arquitetura continua a ser o principal protagonista graças à ausência de decorações excessivas.

Quartos

Nas zonas que pressupõem um maior grau de intimidade, o minimalismo é sem dúvida a característica predominante. Sendo assim, o branco foi apenas complementado com tons de bege que, além de manterem a atmosfera relaxante, essencial para a divisão em questão, potenciam a amplitude do espaço. Apesar da simplicidade dos elementos escolhidos, são os detalhes a nível de padrões, materiais e texturas que lhe conferem sofisticação. 

Casa de banho

Curiosamente, a casa de banho é, provavelmente, a nossa divisão favorita. Repetindo a mesma pedra utilizada no pavimento da cozinha mas agora também nas paredes, integra-se entre louças e espelhos de linhas assumidamente modernas. O resultado final permite integrar um elemento mais tradicional, de acordo com a origem da construção, enquanto conforma um novo momento contemporâneo na história da casa.

Transformar

Mais uma vez a homify tropeçou num projeto de excelência 100% português. A qualidade do habitação criada resulta do rigor estabelecido pelas líderes da intervenção, transversal a todas as fases do projeto. Quando passar novamente por um edifício abandonado, lembre-se que os arquitetos portugueses são capazes de transformar aquelas paredes no seu lar.

O que achou desta intervenção? Qual é a sua divisão favorita?

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